Incontinência Fecal

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A Incontinência Fecal ou Anal pode causar grande constrangimento e queda da qualidade de vida, devido ao isolamento social que pode impor a estes pacientes. É uma afecção que atinge de 1 a 7.4% da população geral, segundo mostram os estudos. Sua incidência em pacientes geriátricos hospitalizados varia de 10 a 25%, e chega a 35% nos pacientes institucionalizados. Nos EUA é a 2ª maior causa de internação destes pacientes em asilos. Nossa experiência mostrou que 76% dos casos são mulheres, na sua grande maioria acima dos 40 anos de idade.

Sintomas

O paciente com incontinência fecal apresenta incapacidade de conter as fezes dentro do reto, o que gera situações constrangedoras de escape de gases, fezes ou secreção mucóide (transparente), na roupa ou no protetor (fralda). Esta condição gera sérios problemas para os pacientes - adultos e crianças - principalmente na esfera social e de convívio familiar

Diagnóstico

Incontinência fecal não é uma doença, mas sim um sintoma resultante de uma ou, na maioria das vezes, várias alterações que resultam no desenvolvimento da incontinência. Uma história detalhada dos antecedentes do paciente é fundamental para a determinação das possíveis causas. Esta história deve abranger: idade de aparecimento, número e tipo de parto (s), cirurgia pregressa (principalmente na região anal), incontinência urinária associada, medicamentos em uso, doenças associadas, hábito intestinal, história de prisão de ventre, presença de diarréia, etc.

As causas mais comuns são as traumáticas. Entre estas causas temos: parto vaginal sem fórcipe, que pode causar lesão muscular oculta no assoalho pélvico e/ou musculatura anal em até 35% das pacientes. Nos casos em que foi utilizado fórcipe, a lesão oculta pode estar presente em quase 100% dos casos. Geralmente causam incontinência de aparecimento tardio (20 a 30 anos após o parto), mas podem causar sintomas de incontinência imediatamente após o parto.

Cirurgias na região do ânus (como cirurgia para hemorróidas, fístulas, fissura anal, etc.) também são uma causa importante de trauma, geralmente desencadeando incontinência precocemente (por vezes logo após a cirurgia). Cerca de 18% dos pacientes incontinentes relacionam o aparecimento da incontinência a uma dessas cirurgias. Cirurgias na região do intestino grosso e reto, períneo, radioterapia e outras, também podem dar início a um quadro de incontinência fecal.

Doenças do próprio intestino, como doença de Crohn, Retocolite Ulcerativa, Síndrome do Intestino Irritável com diarréia, podem provocar episódios de incontinência, mesmo em pacientes com musculatura anal normal.

Outras causas orgânicas são as de origem no sistema nervoso (neurogênicas), podendo ser divididas em periféricas (lesão de nervo Pudendo durante o parto vaginal, diabete, acidentes com lesão de medula espinhal, meningomielocele) e em centrais (doença de Parkinson, Esclerose Sistêmica e outras).

Sejam quais forem as causas, a investigação deve ser feita baseada na história do paciente. Os exames mais comumente utilizados nesta investigação (após exame proctológico e, por vezes, ginecológico) são: Eletromanometria anorretal, Ultrassonografia Endoanal, Eletroneuromiografia do nervo Pudendo e, por vezes, Cinedefecografia.

Tratamento

Tratamento Clínico

O tratamento deve abordar, na medida do possível, cada anormalidade detectada durante a investigação. Em todos os casos, alguns cuidados são importantes como a melhora da consistência das fezes, melhora da eficiência da evacuação (esvaziamento do reto), alterações de hábito de higiene e, se necessário, a diminuição da velocidade do trânsito intestinal.

Biofeedback

É um tratamento que visa treinar o paciente para obter maior eficiência no uso da musculatura do ânus (melhor força e resistência muscular), melhorar a sensibilidade retal e coordenação motora. É um tratamento indolor, sem contra-indicações ou efeitos colaterais, com alto índice de sucesso na melhoria dos sintomas.

Tratamento Cirúrgico
Várias cirurgias são usadas no tratamento da incontinência fecal, como: esfincteroplastias, soluções de preenchimento, implante de esfíncter artificial, eletro-modulação sacral, etc. Todas estas cirurgias tem resultados variáveis, e os melhores reusltados são obtidos com a correta seleção dos pacientes, baseada na investigação funcional pregressa

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