REFLUXO GASTRO-ESOFÁGICO

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Representa um significativo percentual dos atendimentos realizados na clínica, e vem aumentando progressivamente. Os sintomas mais comuns são a queimação (azia) e a dor de estômago. Estima-se que nos EUA em torno de 20% a 25% da população apresentem sintomas típicos de refluxo diariamente, o que torna este distúrbio funcional um problema de saúde de grandes proporções. Doença do Refluxo Gastro-esofágico é definida como um série de sinais e sintomas provocados pelo excessivo retorno do conteúdo do estômago para o esôfago.

Sintomas

Os sintomas do RGE são muito variados, mas podem ser divididos em 2 grandes grupos: os sintomas esofágicos e os extra-esofágicos. É importante salientar que os sintomas podem existir isoladamente, ou seja, sem que o paciente tenha qualquer sensação de alimentos ou líquidos refluindo do estômago para a garganta.

ESOFÁGICOS – São os mais comuns, e podem ser: queimação no peito (ou azia), dor em aperto no peito irradiada para as costas (que por vezes é confundida com o infarto cardíaco), sensação de subida de líquido ácido ou amargo, sensação de subida de alimentos, vômitos ou náuseas freqüentes, dificuldade em engolir alimentos secos ou sólidos (disfagia), dor ao engolir (odinofagia), arrotos freqüentes (eructação).

EXTRA-ESOFÁGICOS – Existe uma variedade muito grande. Os mais freqüentes são: Nos pulmões - asma (crise desencadeadas ou pioradas pelo refluxo) e pneumonias de repetição (quando o conteúdo do refluxo entra nos pulmões - principalmente à noite durante o sono). Na garganta - irritação freqüente ou constante (laringite crônica), sensação de uma bola na garganta (globus), engasgo noturna, falta de ar noturna com sensação de "garganta fechada", tosse seca ou irritativa crônica e rouquidão frequente. Outros sintomas extra-esofágicos que podem estar relacionados ao refluxo são: sinusite de repetição, otite (infecção no ouvido) de repetição, aftas freqüentes na boca, soluços, desgaste de esmalte dentário e, mais raramente, estreitamento da traquéia e enfraquecimento da cartilagem da laringe.

O líquido do refluxo é constituído de substâncias corrosivas (enzimas digestivas) que podem provocar inflamação crônica do tecido agredido, com conseqüente cicatrização. Este processo pode levar ao estreitamento do esôfago, estreitamento da traquéia ou da laringe, cicatrizes no pulmão e nódulos nas cordas vocais. Alguns tumores malignos de esôfago estão relacionados com a presença de refluxo crônico e está sendo estudada a relação entre tumores da laringe e refluxo gastro-esofágico.

Outra alteração que pode ser identificada em alguns pacientes é a presença de Esôfago de Barrett, ou seja, uma troca do tipo de células da região do esôfago próxima ao estômago, que são mais resistentes ao refluxo, porém podem ter relação com risco aumentado de câncer de esôfago. Esta alteração acontece principalmente em quadro de refluxo importante e de refluxo alcalino (bile vinda do duodeno e estômago).

Diagnóstico

Endoscopia Digestiva Alta - é o exame mais utilizado na investigação inicial do RGE. Este exame permite pesquisar a presença de tumores, identificar inflamações como a esofagite e também permite a realização de biópsias, se necessário. Porém, de 30 a 40% dos refluxos podem não apresentar esofagite, principalmente os refluxos que atingem outros órgãos (como laringe, pulmão, amídalas, etc). Portanto, a ausência de esofagite não exclui a possibilidade de refluxo.

Eletromanometria Esofágica – É um exame que investiga os aspectos de funcionamento do esôfago, e não sua anatomia. Investiga a eficácia de alguns mecanismos anti-refluxo, e a capacidade do seu esôfago coordenar a sua contração (peristalse) para empurrar os alimentos e o refluxo para o estômago. É particularmente importante quando a queixa principal é dificuldade ou dor para engolir ou dor no peito que simula dor cardíaca, sendo que esta possibilidade já foi afastada.

pH Metria de 24 hs – É um teste que tem a duração de 24 hs, nas quais é medida a quantidade de refluxo no esôfago próximo ao estômago e no esôfago próximo à garganta. Permite identificar refluxo em pacientes com endoscopia normal, avaliar a relação entre determinado sintoma (queimação, por exemplo) e o refluxo e avalia a eficácia de qualquer tipo de tratamento.

Videodeglutograma – Importante nos casos de engasgo freqüente ou pneumonia de repetição, principalmente em pacientes idosos ou com doenças neurológicas.

Raio-X contrastado de Estômago, Esôfago e Duodeno – Importante para diagnóstico de megaesôfago (esôfago dilatado), avalia esvaziamento gástrico e, principalmente, a presença de hérnia de hiato.

Tratamento

Tratamento Clínico

Consiste numa séria de medidas para minimizar a ocorrência do refluxo, como dieta, horários de alimentação, perda de peso, etc.

Após a introdução de medicamentos específicos, a incidência de cirurgias diminuiu bastante, principalemte nos casos de úlcera gastroduodenal. Porém o seu uso contínuo deve ser acompanhado para detectar qualquer alteração do padrão de refluxo e da sua eficiência terapêutica.

Outras drogas podem ser associadas a estas.

Tratamento Cirúrgico

É o tratamento mais eficaz para eliminar o refluxo, porém a sua realização pode trazer outras conseqüências, como distensão abdominal, dificuldade em engolir alguns tipos de alimentos, impossibilidade de arrotar (bebidas gasosas podem provocar desconforto importante), necessidade de se alimentar devagar, etc. O tipo de cirurgia a ser realizada depende da experiência do cirurgião, do histórico do paciente e do resultado da Eletromanometria Esofágica.

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